domingo, 10 de maio de 2015

Madres

Madre,
dores
opressões
violências
humilhações
- às juro,
machismo
patriarcado
NÃO PASSARÃO!

Madres,
latinas
sem terra
camponesas
indígenas
faveladas
operárias
assalariadas
terceirizadas
subalternizadas
A LUTA NOS EMANCIPARÃO!

Madre
minha mainha,
aguentai minhas ausências
me encontre
te encontro
na luta do povo,
além de ti,
minha única razão de existência
É POR AMOR A TI A LIBERTAÇÃO!

Madre-pátria
Madre-rebeldia
Madre-revolução,
pelo sangue de teu ventre
por suas vida
pelos filhos que se vão
e as inúmeras dores
que machucam seu coração...
Extirparemos esse capital-patriarcal
e construiremos o mais digno do presentes
- um mundo sem nenhum tipo de opressão!

As dores se converterão em flores,
os campos e as cidades, abraçarão teus ninás..,
se sentirás aliviadas,
não mais: o peso da casa e do mundo nas costas!
O mundo será digno para as mães.

MÁTRIA OU MORTE, VENCEREMOS!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

un latinoamericano no muere

un latinoamericano no muere,
(re)nasce:
em fileiras que marcham
estrelas que brilham
nos ninguéns que suam
e utopias dos que se desafiam tecer novos dias.
- hasta siempre
Che, Simon Bolívar, Sandino, Zapata!

un latinoamericano no muere,
denuncia:
as veias abertas
as contradições/opressões do capitalismo-neoliberal-patriarcal
o massacre dos nossos povos
a violência no campo, becos, vielas...
o choro das crianças que vem e vão-se.
- hasta siempre
                       lutadores de Eldorado, Eduardo de Jesus, Cláudia Silva Ferreira, Vanessinha!

un latino-americano no muere,
levanta-te:
con las mujeres estupradas, violentadas, mercantilizadas...
que engrossam as barricadas e na luta tornam-se,
e trilham os áridos caminhos rumo a emancipação...
                - hasta siempre
                         Marias, Frida, Margarida Alves, Dandara, Aydée Santamaria, Zeferinas...!

un latinoamericano no muere,
                sangra!
nas veias que pulsam e não cicatrizaram,
com imperialismo que invade (insiste)
com o povo que não cessa (resiste)
nas madrugadas que erguem-se ocupações
e os dias forjam-se
[em organização-mobilização-(re)educação],
como gênero de tudo que impede
a comunidade, convivência igualitária e solidariedade entre os povos.
                - hasta siempre
                               Camilo Cinfuegos, Carlos Mariguella, Hugo Chávez, Roseli Nunes..!

un latinoamericano no muere nunca,
                anuncia:
la unidad de Latina America,
a (re)afirmação de nossas histórias,
a memória de nuestros pueblos oprimidos
[indígena, negro, camponês, proletariado]!
                     .
                     .
                     .
                celebra:
cada revolução como se fosse sua
no abraço e reconhecimento de cada vitória,
nos acertos, nos erros, nas contradições...
na utopia que faz caminhar.
com esse pueblo de carne e osso,
pés e mãos calejadas,
de várias cores, amores e ternura.
e queimam-se ante sul e sol
e ardem sob sul e sol
SO-CI-A-LIS-MO!
                hasta siempre
                               Eduardo Galeano!

(Jailma, 13/04/2015 – em dia triste, mas não sem ternura)


quarta-feira, 4 de março de 2015

eu Frida,
tu Fridas
nós Fridaamamos
(em arte, sororidade e sonhos).
vós espereis,
elas vencerão
por que sem mulher, não há revolução!
eles - os machistas - combatidos serão.
e mulheres nos tornamos na luta contra opressão!

Frida não viveu em vão!
a revolução será feminista, ou não será: ATENÇÃO!
sem feminismo, não há socialismo!
dei-nos as mãos:
nos olhe dentro dos olhos,
não interrompam ou refaçam nossas falações!
se desafiem a superar seus privilégios,
e sucumbamos juntas e juntos:
o capitalismo-neoliberal-racista-patriarcal.

as bandeiras vermelhas e lilases hasteadas serão,
salve Clara Zetkin, Kollontai, Roses, Rosas e Margaridas,
Mulheres, nossa luta é dupla e permanente, por uma nova vida seguimos, en-frente!

(Jailma, Março de 2015)
(Casa de Artes "Frida Kahlo" da Escola Nacional Florestan Fernandes.)

domingo, 4 de janeiro de 2015

Pra ser um conto das mulheres

É fim de tarde, primeiros dias da recontagem do tempo. Tempo, tempo, tempo! Palavra imbricada na vida, que, por vezes, é a única razão. Em muitos lugares desse Brasil há fora, há pessoas que não estão bem, e de forma singular, mulheres que não vivem bem, ou nem vivem. 

Alternam-se entre as (in)constâncias, (in)seguranças, (in)definições e tantos outros sentimentos e sensações, permeadas entre fixa debilidade da terra e carência do mar.

Mães, filhas, avós... amigas, companheiras, deserdadas da terra, filhas das putas, filhas das ruas... mulheres, que olham para vida, e sua única culpa é, dolorosamente, serem mulher.

Muitas mul-heres.

Sofrem das mesmas condições, doações, ilusões... Marias Margaridas, ferem-se.

Roses, Rosas, alimentam a casa, a nação e tesão do maridão (sem gozar), mas para não ser culpada de procurar outras na contramão. 

.
.
.

Até quando, Marias? Não aguentamos mais essas agonias, psius, disponibilidades e vida vão.

Resistimos, transgredimos, como putas somos tratadas, em “carne viva” estão nossos braços que se movimentam, e sangram nossos corações.

(Era para ser um conto sobre mulheres, mas é realidade.)

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

En-frente

en-frente,
nosso sertão tá quente
o sol está renitente
e a primavera é
a-tra-ente.

por aqui só há verão
e inverno [nem sempre],
mas nosso coração é valente
e pra nós a luta
é estação permanente!

os próximos ciclos históricos
nos exigirá disciplina consciente,
vamos em frente companheira
[liberta-se das panelas, seu lugar é com a gente],
não desanime companheiro,
prepararemos as condições para
o ascenso das massas,
nossa tarefa tem que ser incansavelmente.

a conjuntura é cruel,
mas o Projeto Popular é nossa estratégia,
 não podemos tirar de mente!

no nosso horizonte haverá flores
forjadas de sangue e suor do nosso POVO!
mesmo que pareça distante
nossa utopia já se faz presente,
morremos com a suplantação do velho [mundo]
di-ar-i-a-mente
e nascemos com o que nos torna
novos homens e mulheres.

nossa mística é nosso pão,
o capitalismo neoliberal não entende
lutaremos até o fim,
um mundo melhor ficará para nossos
descendentes.

(Jailma, 12/10/14)

sábado, 9 de agosto de 2014

Sábados

            ás vezes, amargos
                        malgrados
            as utopias respiram
                        em meio  as pedras
                        e mãos calejadas.

            ás vezes, festivos
                        inspiram
            a delícia de existir
                        muito embora
o capital-neoliberal persistir,
                        a alegria insiste em resistir.

            ás vezes, solitários
                        para mulheres, homens e crianças
            que esperam () ausente
                        arrancad()s pelos golpes do sistema
                                   em um país que aprisiona a Memória
                                   e ensurdecid()s não ouvem
                        - MÉMORIA, VERDADE, JUSTIÇA!

            ás vezes, de reflexão
                        as desigualdades
da luta de classes doem
            as ofensivas nos massacram
                        os cheiros dos horizontes
                        ficam mais difícil de ser aspirada
                        pelas ventas contaminadas
                        e não sentidos pelos poros...
            para percamos de vista nossas causa.

            ás vezes, agoniantes
                        estuda-se,
                        pensa-se,
                        silencia-se,
                        -------------
                        ou tenta-se
parir qualquer coisa
            que lembre
            poesia.

            sábados...
           
            mas em algum dia de sábado,
                        haveremos de derrubar as muralhas
            tudo passará a ser válido
                        [menos o lucro sob a vida],
            e o povo viverá sem patrão.

(Jailma, 09/08/14)

*Em dias sei lá...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Companheiro

(ao companheiro Ciço)
que no caminho da liberdade,
não falte flores, poesia e mística...
insurgente, sonhador,
e capaz de estremecer de pé
                                                           com coerência comprometida e ternura companheira.


um novo horizonte é nossa utopia
            e a imersão na dialética capitalista neoliberal,
                        não há de ser capaz de tocar seu brilho nos olhos,                
            desafiado pelas conjunturas e contradições,
forjada entre trincheiras e angústias.

em tempos de desfalecimento de futuro
            a história não livra nem nossos espaços de luta,
                         e nas trilhas da liberdade
nos encontramos na mediação com outro
na busca de algo que possa ser novo.

nossas veias abertas pulsam
            em sangue indígena, quilombola e camponês,
                        na diversidade e pluralidade latina
            que sugere que outras cores sempre hão de brilhar,
onde estiver a bandeira do Projeto Popular.

a História há de triunfar, nós vamos ganhar
            o tintilar da foice e do martelo
            que avança será música da marcha
                        de quem fez e faz caminho
            nas ladeiras, becos, vielas...
haveremos de curtir o carnaval.

e nesta intensa construção
            a teima em SER gente SENDO povo
                       não abramos mão,
            força na vida-luta-caminhada
desejo-te ver sempre lutando
foice e martelo, sempre avançando.

(Jai, 02 de Março de 2014)